Diário do Centenário das Palavras Cruzadas em Portugal (2025) – Novembro

3/11/2025
Diário do Centenário das Palavras Cruzadas em Portugal – Novembro 2025
Dia 1

Sábado e início de um novo mês, no qual pretendo fazer duas coisas: pôr a BD "O Cruciverbalista" em livro e "reunir tropas" para lançar o próximo Concurso de Palavras Cruzadas escolar.

Por norma, é no sábado que pego em coisas que tenho pendentes, como responde a emails, parcerias, ler, etc. Dos exemplos dados, não consegui pegar nas parcerias.

À tarde, adiantei o trabalho da noite de modo a poder ir até ao Auditório Manuel Cabanas, no Barreiro, para assistir à excelente apresentação do álbum "Brahma", dos INDRA TRIO, onde toca o meu amigo Jorge Moniz (para mim, o Jorginho, já que, aos 16 anos, deu os primeiros passos como baterista na banda de garagem onde também eu, com 20, dei os primeiros passos como baixista). Obviamente, vim com o disco para casa.

Já não consegui escrever a primeira entrada de novembro deste Diário.

Dia 2

Dia de trabalho. Pretendia adiantar várias coisas, mas fiquei-me só pela intenção. Não estou a ir para novo, é o que é...

Começo o mês com um trabalho atrasado. Enfim...

Escrevi as duas primeiras entradas deste diário.

Voltei a não conseguir ler.

Vou descansar.

Até amanhã!

Dia 3

Ficaram muitas tarefas por fazer, voltei a falhar um prazo, não li. Enfim...

Hoje, a Porto Editora divulgou as candidatas à Palavra do Ano. Não consegui pôr «palavras cruzadas» entre as candidatas. Paciência. Obviamente, não estava com grandes esperanças, mas tentei, ou melhor, tentámos (várias pessoas que me acompanham nas redes sociais fizeram essa sugestão). Paciência. Tentarei no bicentenário (piada que já vai a caminho para dar origem a uma tira da BD "O Cruciverbalista" - já enviei os guiões para o Paulo Novo).

Ah! Duas das palavras que tinha assinalado como boas candidatas, confirmaram o seu potencial: flotilha e perceção. Menos mal.

E pronto. Amanhã também é dia.

Até amanhã!

Dia 4

Fui aos Correios, partilhei um vídeo e entreguei metade de um trabalho que está atrasado. Tentarei entregar a outra metade amanhã e entrarei depois num estado de "descompressão".

Dado que ainda não entrei nesse estado de "descompressão", vou descansar.

Até amanhã!

Dia 5

Dormi (muito) mal, acordei muito cedo e trabalhei bastante (terminei o trabalho que estava atrasado). Ufa!

Fui compensado com a venda de um livro.

Vou descansar.

Até amanhã!

Dia 6

Passei quase toda amanhã a responder a solicitações e a enviar orçamentos para sessões de palavras cruzadas em escolas e bibliotecas. Resultado: fiquei com o tempo muito reduzido para os trabalhos regulares. Já estou habituado. Acorda-se cedinho e o tempo "estica".

Até amanhã!

Dia 7

(entrada escrita no dia 8)

Acordei cedinho. Fiz o que tinha a fazer (fiz muito) e fui com o meu amigo Rui almoçar a Setúbal, ao Xico da Cana (eu comi carapaus, ele comeu uma dourada). Falámos sobre o futuro do site, dos livros, de empresas e fomos ver a exposição de BD "O Cruciverbalista", que faz parte da Festa da Ilustração - Setúbal e está patente no Museu do Trabalho Michel Giacometti.

Paulo Freixinho com o seu amigo de infância, o Rui, na exposição BD O Cruciverbalista, no Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal
Dia 8

No "dia de folga", fui caminhar durante duas horas com a minha filha mais nova e, finalmente, tratei da colaboração com a ilustradora Yara Kono (enquanto escrevia estas palavras tinha a Yara a fazer as nossas palavras cruzadas). O mundo também pode ser assim.

Até amanhã!

Dia 9

A partir de hoje, tentarei não ligar o computador à noite. De modo a iniciar esta boa prática, escrevo estas palavras antes do jantar.

Ter optado por deixar o desenho gráfico, para espanto dos meus pais e irmãos, foi uma medida acertada. Hoje escrevi sobre isso no Facebook.

Ontem publiquei a colaboração da ilustradora Yara Kono, hoje temos o romance mais recente do escritor José Luís Peixoto, "A Montanha", nas palavras cruzadas do PÚBLICO e troquei com ele mensagens relacionadas com isso. Aliás, o Peixoto não estava sozinho, dado que na mesma grelha aparece o álbum mais recente do músico Tiago Bettencourt, "Foz". Gosto muito de cruzar nas palavras cruzadas várias artes. Gosto muito de ser cruciverbalista.

Pronto. Vou descer. Vou passar o que resta deste domingo com a família.

Até amanhã!

Dia 10

Início de uma semana mais curta pelo que há que trabalhar bem e gerir o tempo de modo a conseguir responder a todas as solicitações e tarefas-extra.

Veremos o que consigo.

Hoje fico-me por aqui. Também há que poupar os meus olhinhos (coitadinhos).

Até amanhã!

Dia 11

Foi Dia de São Martinho. mas não comi castanhas. Em contrapartida, tive o site preparado para a efeméride e isso valeu-me na rede social Bluesky um simpático destaque que resultou em 10 "seguidores" novos. Dizem que 11/11 é um dia propício a coisas boas. É porreiro, sim, mas eu, como hedonista que sou, procuro ter coisas boas todos os dias.

Até amanhã!

Dia 12

Li e caminhei. Ocupei uma hora e meia do meu dia nessas duas "coisinhas". Se esse tempo me faz falta no final do dia? Próxima pergunta...

Vamos então ao resumo do dia.

Iniciei a Campanha de Natal e o livro está com 20% de desconto, mais coisa menos coisa. Os meus subscritores já começaram a aproveitar. Restam-me 140 exemplares do "100 Sem Repetir". Tenho mesmo de lançar outro livro...

Hoje tive um bambúrrio. No próximo ano irei ser presença habitual numa Biblioteca Municipal (ainda é segredo). Hoje pediram-me mais sessões para juntar às que estavam inicialmente programadas. Porreiro!

Entretanto, como já tinha referido, a minha semana vai terminar amanhã. As tarefas são "poucas". Para além do trabalho habitual semanal, é dia do Clube de Palavras Cruzadas na Biblioteca Municipal do Barreiro, vou ter de ir aos Correios e preparar a papelada para levar ao meu contabilista. Vou ter de acordar cedinho.

Até amanhã!

Dia 13

Como era de prever, não consegui fazer tudo, nem escrever esta entrada do Diário.

Dia 14

Às 8h15 tinha um autocarro para apanhar, na Gare do Oriente, a caminho do Porto. Como disse, não consegui fazer tudo a tempo. Pus o despertador para tocar às 4h30. Acordei às 3h. Levantei-me...

Fiz o que tinha a fazer. Consegui. Vim até Vizela e estou em modo nómada digital.

Dica: No Jardim Manuel Faria, onde estão as estátuas de Camilo Castelo Branco e António Guterres, há uns repuxos de água que formam uns arcos muito engraçados para tirarmos umas fotos debaixo deles. Pormenor: a água é fechada às 21h. Sim, fiquei todo molhado.

Até amanhã!

Dia 15

Dado que estou em modo "nómada digital", passei parte da manhã a criar as palavras cruzadas do PÚBLICO para segunda-feira que, por norma, são feitas no domingo, mas neste domingo estarei em viagem, de regresso a casa. A Dora também não se importou que eu ocupasse parte da manhã a trabalhar, estando ela em modo "férias", porque estava a chover, mas, assim que o tempo melhorou, fomos conhecer o belíssimo Parque das Termas de Vizela.

Estava combinado ir almoçar à tasca O Pinto, hoje era dia de cozido, mas antes disso fiz um vídeo sentado ao lado da estátua do Camilo Castelo Branco (ainda vou pensar se será partilhado). Depois do almoço apanhámos o comboio para Guimarães. A viagem demora apenas 10 minutos. Foi a minha primeira vez em Guimarães. Gostei, mas gosto de sítios mais pequenos, onde tudo é perto e onde possa andar, principalmente, em espaços livres de automóveis e o Parque das Termas de Vizela vai ficar-me na memória (vou ter de voltar para fazer todo o percurso do passadiço junto ao rio).

Já fiz o trabalho da noite.

Até amanhã!

Dia 16

No hotel, acordei cedo para enviar o trabalho de domingo e fazer os passatempos do PÚBLICO que costumo fazer à noite. Saí de Vizela e fui para o Porto. Apanhei (muita) chuva, almocei no Brasão Coliseu, Portugal ganhou 9-1 à Arménia e regressei a casa a horas que já não me apeteceu ligar o computador.

O que importa é que foram três dias (muito) bem passados.

Dia 17

De regresso ao sótão, tratei responder a solicitações pendentes e já não consegui ir aos Correios. Terminei o dia a anotar palavras durante a leitura do conto "A Aia", de Eça de Queirós.

Dia 18

Acordei cedo de modo a conseguir criar as palavras cruzadas com vocabulário do conto "A Aia", de Eça de Queirós. Publiquei-as neste site e fui até à Escola EB 2,3 Padre Abílio Mendes, no Barreiro, onde realizei uma sessão de palavras cruzadas com alunos do 9.º ano. Corresponderam à sessão com empenho, mas já deu para perceber que se não forem as palavras cruzadas, muito do vocabulário será perdido. Ler não está a chegar para que os alunos enriqueçam o vocabulário.

À tarde e noite, criei os passatempos para o PÚBLICO.

Até amanhã!

Dia 19

Fui aos Correios e todos os livros foram enviados.

Vou dar um passo importante. Este site fez 10 anos e chegou a hora de "tirar as rodinhas". Explico quando for altura.

Vou descansar.

Até amanhã!

Dia 20

Hoje não tive um dia produtivo. Ando a facilitar e não convém, ainda por cima, aproxima-se uma semana "durinha" (fim do mês)...

Bem, mas hoje aconteceu uma coisa boa ao final do dia. Duas técnicas da Biblioteca Municipal de Oeiras assistiram ao Clube de Palavras Cruzadas da Biblioteca Municipal do Barreiro. Terei novidades em breve.

Há cada vez mais pessoas a cruziscar, essa é que é essa.

Entretanto, voltei a perder o ritmo de leitura. Estou com demasiadas tarefas e é muito difícil parar uma hora. Mesmo. Para tirar uma hora ao meu dia para me dedicar à leitura vou ficar sem essa hora para outras tarefas pendentes, por exemplo, para criar o meu próximo livro. Sendo eu uma pessoa de prioridades, é fácil concluir que está mesmo muito difícil de parar para ler. Tratar do meu próximo livro é só um exemplo - e o Concurso de Palavras Cruzadas escolas? Pois... mesmo hoje, as técnicas da Biblioteca de Oeiras quiseram saber se o Concurso teria seguimento... tem de ter.

Até amanhã!

Dia 21

O Nuno Markl sofreu um AVC. Lembrei-me de que, em 2012, o Nuno Markl, que até pensou (durante 10 minutos) em ser cruciverbalista, dedicou um dos seus episódios da Grandiosa História Universal das Traquitanas às palavras cruzadas.

Apesar das pausas, tenho a perfeita noção de que trabalho demasiado, sim, mas há muito mais a ter em conta. Sou uma pessoa calma, mas tenho, como todos, momentos de stresse. Dado que sou hedonista, não gosto de falar sobre doenças.

Dia 22

Hoje foi Dia de Dar uma Volta. Serviu de tema à Sopa de Letras do PÚBLICO e fui dar uma volta. Tirei uma foto.

Dia 23

Domingo. Dia de trabalho. Fiz o PÚBLICO logo de manhã para que pudesse estar "descansado" no almoço de família comemorativo dos 79 anos do meu pai. Meti descansado entre aspas porque tive uma discussão animada sobre a língua inglesa. Nada contra em saber-se falar inglês, muito contra a termos um país demasiado aberto à língua inglesa. Estamos em Portugal, os nomes das coisas devem estar em português ou em bilingue, caso se justifique. Sou da opinião de que os alunos estrangeiros que não falam português devem ter, pelo menos, um ano para aprenderem português antes de entrarem nas escolas. Ponto.

E não, não farei palavras cruzadas em inglês de modo a seguir a "tendência". Sou português e defendo a língua portuguesa. No máximo, farei em bilingue para que quem fala inglês treine a língua portuguesa.

Depois do lanche comecei a adiantar o trabalho que costumo enviar à segunda-feira para poder iniciar a semana numa escola do Barreiro.

Dia 24

Acordei cedinho. Às 6h00 já estava no sótão para criar duas palavras cruzadas dedicadas às obras "Sermão de Santo António aos Peixes", do Padre António Vieira e "Fernando Pessoa - Ortónimo", que seriam a base das sessões para os 11.º e 12.º anos, na sede do Agrupamento de Escola de Santo António, no Barreiro.

Estava com o tempo muito limitado, pois tinha de estar na escola às 8h50. Não tinha ainda a certeza do que iria criar. Decidi. Pesquisei. Criei.

Estou habituado a esta pressão. Todos os minutos contam e, por norma, as coisas fazem-se. Já passava das 8h30 quando terminei. Não comi. Arranjei-me e fui para a escola. Cheguei mesmo em cima da hora, mas cheguei a tempo.

As sessões correram lindamente. Os alunos corresponderam.

Palavras cruzadas dedicadas à obra "Sermão de Santo António aos Peixes", do Padre António Vieira

Estive com dois alunos ciganos. Um quer ser advogado, o outro, o F., não sei o que quererá ser, mas pareceu-me ter capacidades para ser o que quiser.

O F., cigano, quis saber quanto ganhava um cruciverbalista. Satisfazí-lhe a curiosidade. Achou que eu até ganhava bem. Disse-lhe que ganho o que ganho porque trabalho muito, desde que acordo até que me deito, obviamente, com pausas pelo meio. Quando se adora aquilo que se faz não parece trabalho, é um modo de vida, acrescentei. Disse-me: "O Paulo tem uma profissão muito fixe, diverte-se a trabalhar, parabéns!". Perguntou-me também se a palavra «xurdir» já tinha aparecido nas minhas palavras cruzadas. Disse-lhe que sim, mas que não aparecia muitas vezes para não a "estragar". Disse-me: "A palavra «xurdir» é uma marca sua". Já falei aqui das capacidades do F. Não é qualquer jovem que diz este tipo de coisas.

Adoro ir às escolas. Sou um sortudo, de facto.

Dia 25

Voltei à escola e pus este Diário em dia, pois já não escrevia nele desde sexta-feira. Ando mesmo cheio de tarefas...

Estamos na última semana do mês e ainda tenho muita coisinha por fazer...

Ah! Aproveite a Campanha de Natal e compre o livro, antes que esgote.

Até amanhã!

Dia 26

Fui até Setúbal, à livraria Culsete, para assistir à apresentação do livro "A Montanha", de José Luís Peixoto.

O José Luís Peixoto é um escritor e uma pessoa especial. Enquanto assinava o livro, confidenciou-me andar a fazer palavras cruzadas, que já lhes tinha apanhado o jeito e estava a gostar. Obviamente, gostei muito de ouvi-lo dizer isso.

Ressumbrar e lucidar foram as palavras do dia.

José Luís Peixoto e Paulo Freixinho na livraria Culsete, em Setúbal
Dia 27

Recebi um email muito especial:

"Sou neto de um grande fã do seu trabalho. O meu avô, que esta semana completou 96 anos, é um aficionado de longa data por palavras cruzadas e, desde que me lembro, compra religiosamente o Público todos os dias para se dedicar ao seu hobby preferido.

No ano passado ofereci-lhe o seu livro "100 Sem Repetir", que devorou em 2 semanas. Gostava de lhe oferecer outro neste Natal, mas vi que os seus estão esgotados no site.

Dado que não percebo nada de palavras cruzadas, e tendo em conta que a prenda é para um grande especialista, lembrei-me que poderia ser uma boa ideia pedir-lhe uma recomendação. Conseguia ajudar-me a escolher um bom livro de palavras cruzadas para o meu avô?"

Agradeci a partilha e sugeri o único livro que de momento está nas livrarias de um outro autor de palavras cruzadas, mas acrescentei que o avô merecia umas Palavras Cruzadas Personalizadas.

Disse também que o nome do senhor iria aparecer nas palavras cruzadas do PÚBLICO do dia seguinte, com a pista:

"Tem 96 anos e faz religiosamente as palavras cruzadas do PÚBLICO".

O neto do senhor adorou a ideia e agradeceu (iria falar com os primos).

Tenho uma das melhores "profissões" do mundo.

Dia 28

Perguntei ao neto do tal senhor como é que ele tinha reagido ao ser surpreendido com a pista que lhe dediquei nas palavras cruzadas do PÚBLICO. Resposta:

"Gostou muito da surpresa, fartou-se de rir durante o dia. Pediu para te agradecer e enviar um abraço."

O neto convenceu os primos e já começaram a recolher elementos para as Palavras Cruzadas Personalizadas.

No Alto da Guerra, terminei em beleza o périplo por escolas do 1.º Ciclo de Setúbal.

Enquanto almoçava na cantina da escola, uma aluna de 8 anos:

"Gostei muito da sua aula".

Tenho mesmo uma das melhores "profissões" do mundo.

Dia 29

Levei alguns dos membros do Clube de Palavras Cruzadas da Biblioteca Municipal do Barreiro ao Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal, para visitarem a exposição de BD "O Cruciverbalista" e tivemos direito a uma visita guiada por parte da simpática Lucinda Fernandes.

No local está instalada a maravilhosa Árvore de Natal criada pelo CACI Sado da Appacdm de Setúbal.

Foi uma tarde muito bem passada.

Árvore de Natal criada pelo CACI Sado da Appacdm de Setúbal, no Museu do Trabalho Michel Giacometti, com a palavra xurdir
Dia 30

Foi dia de trabalho. Isto de ter um mês de novembro que pareceu um fevereiro e ter um mês de dezembro a começar num feriado, que prolonga o fim de semana, não me dá jeito nenhum...

Nem tempo tive para pôr este Diário em dia. Já passou e sobrevivi.

O que interessa é que foi mais um mês "animado" e muito especial.

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